Homem também sofre


Canso de receber queixas de minhas amigas e conhecidas sobre três assuntos que supostamente são problemas restritos às mulheres, são eles: TPM, menstruação e ginecologista (mais especificamente pelo fato de ficar como uma perereca na mesa do médico). Eu rebato com o seguinte argumento, na TPM os homens também sofrem, pois tem que aturar não só o mal-humor e ranzinzice da namorada, mas da mãe, irmã, chefe, e demais mulheres que cruzarem o seu caminho; na menstruação os homens também sofrem no sentido de que por alguns dias o sexo fica impossibilitado (ok, nesse caso só os homens comprometidos); e por fim o argumento do ginecologista que explicarei com um exemplo prático nesse post.

Apesar de não ser necessária a ida do homem a um urologista que nem a mulher a um gino, as poucas vezes que o homem tem que ir são um constrangimento a parte. Quando pequeno, no meu colégio uma vez ao ano ia um médico examinar o piu-piu dos garotos e era uma situação constrangedoríssima, pois ficava uma fila de cinco garotos (um ao lado do outro) e sempre rolava aquela tiração de sarro dos que tinham pitoco.

Quando eu achei que já tinha passado a humilhação suficiente de mostrar o amigão para o médico na infância, no dia do exame médico de admissão para oficiais da polícia militar (sim, tentei ser milico, mas me barraram no psicológico) fui obrigado a ficar numa sala com 25 homens agrupados em filas de 5 (todos completamente nus) para fazer o diabo de um exame no qual o cara agaixa e levanta o corpo.

Cresci, acabei caindo no mundo da publicidade e a humilhação de mostrar o amigão se restringiu a uma vez ao ano para fazer exames de rotina. Porém, dessa última vez foi cruel.

Fui ao urologista, e ele para efeito de check up pediu que eu fizesse uma bateria de exames e tirasse uma ultrassonografia do saco. Confesso que sou leigo nesse assunto e para mim até o momento ultra-sonografia era restrita a mulher grávida. Fiquei encucado imaginando o que estaria por vir.

Para colaborar, no bendito laboratório só tinha mulheres e a cada passo até chegar a sala do exame era um constrangimento a parte, tinha que repetir a todas o que eu faria ali. Já na salinha de espera uma enfermeira chamou meu nome, mas pediu que eu aguardasse. Depois de alguns minutos ela solicitou que eu a acompanhasse, e no corredor imediatamente antes da sala estavam prostradas duas enfermeiras (que obviamente não encarei), mas que de soslaio pude perceber um risinho contido (torcia para que não fossem leitoras).

Ao entrar na sala dei de cara com uma enfermeira com cara de gordinha-safada, neste momento eu fiquei meio que surdo de vergonha e tive que pedir para ela repetir todas as ordens que dava. Ela mandou que eu arriasse a calça/cueca e colocasse um cobertorzinho vagabundo sobre o corpo. Para meu alívio ela falou que ia sair da sala pra eu “me trocar” (um eufemismo para ficar semi nu). O pior viria.

Me entra na sala um cara com uma tremenda pinta de gay. Ele pediu para que eu segurasse o meu amigão na direção do umbigo e em um ataque furtivo jogou no saco aquele gel horroroso que mais parece um KY e na sequência ficou deslizando o ultra-som pela área (calma, ele não fez fio-terra). Pelo menos o cara era profissional e em momento algum utilizou as mãos para checar as coisas, só fez uma gracinha de final me desejando boa-sorte. Graças a deus nada de estranho foi apontado.

Portanto garotas, não reclamem quando estiverem passando por situações / problemas “femininos”, há coisas muito piores que nós homens passamos e que vocês não têm a mínima idéia que existam.


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